Pesquisar:

Teste do Pezinho


TESTE DO PEZINHO

A implantação do teste do pezinho na rede municipal de saúde foi um grande avanço para a saúde publica. Através desse teste tornou-se possível a detecção de varias formar patológicas, como hipotireoidismo congênito e a fenilcetonúria, as quais são responsáveis por grande parte de deficiência mental, que quando tratadas precocemente evitam grandes deficiências físicas e mentais.
A informação a respeito da importância na realização de tal exame deve ser iniciada ainda na consulta de pré-natal, demonstrando assim à futura genitora a importância da prevenção de patologias que causam retardo mental no seu filho.
O teste do pezinho deve ser realizado em um ambiente tranquilo, sendo imprescindível levar uma informação previa do teste aos pais antes de sua realização. Este primeiro contato com a Unidade de Saúde deve ser aproveitado ao máximo pela equipe para orientação das mães sobre aleitamento materno, cuidados
com as mamas e com o recém-nascido, vacinas, devendo-se encaminhar às mães para a consulta pós-parto, planejamento familiar e puericultura.
            Para uma correta realização do teste a equipe de Enfermagem deve estar atualizada e capacitada para a realização do mesmo, bem como estar com todo material necessário em mãos.  A seguir são descritos os materiais necessários para a realização do teste do pezinho:

- Luvas de procedimento;
- Recipiente com álcool a 70%;
- Pacotes de gazinha esterilizada ou algodão;
- Lancetas esterilizadas descartáveis, com ponta triangular;
- Envelopes com papel filtro;
- Garroteador de borracha (o mesmo para punção venosa).
  
PROCEDIMENTO
  • A priori deve-se preencher o livro de registro, o envelope branco e no papel filtro com todos os dados da criança, com letra legível e sem abreviaturas com caneta esferográfica. Obs: Caso a criança não tiver nome colocar RN DE (Nome da Mãe).

  •  A mãe ou outro responsável deve estar em pé e segurar a criança na posição vertical.O profissional deve estar próximo, realizando dessa maneira a anti-sepsia com álcool a 70%.
                                       
  •  O profissional deve lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento, deve envolver o pé e o tornozelo da criança com o dedo indicador e o polegar, deixando exposta somente a região do calcanhar a ser puncionada. Após a anti-sepsia e secagem do álcool deve-se penetrar toda porção triangular da lanceta no local escolhido. Retire com o algodão a primeira gota que começa a se formar. Aguarde a formação de uma grande gota. Faça uma compressão leve com o dedo indicador e polegar sobre o calcanhar, seguida por uma descompressão. Isso ajudara a aumentar o aporte sanguíneo que será exteriorizado. Caso não sejam obtidas gotas em quantidades suficientes puncione em outro local, lembrando sempre de desprezar cada lanceta utilizada;       
  • Assim que se formar a gota aproxime o papel filme da mesma, encostando-a no meio do circulo. Caso não obtenha-se a quantidade de sangue suficiente, pegue outra gota e a posicione exatamente em cima da outra, nunca dos lados, lembrando que não deve ser colocadas mais de duas gotas por circulo. O próximo passo será verificar se todo o circulo foi preenchido com sangue e se esta visível no verso. Após terminar o procedimento no primeiro circulo, realiza-se da mesma maneira nos outros;
  •  Após a coleta, posicionar a criança deitada com o membro inferior elevado, recebendo uma leve compressão com algodão, isso facilitará a vasoconstricção periférica;
  •  Logo após a coleta o papel filme tem que ser colocado em ambiente arejado em posição horizontal para que ele possa secar por um período de até três horas em temperatura ambiente. Após seco o papel filme pode ser colocado no envelope e guardado na geladeira (no meio ou na parte baixa) dentro de um recipiente fechado;
  • A remessa dos envelopes para o laboratório deve ser feita pelo menos duas vezes por semana. Deve-se destacar a importância da agilidade no transporte dos exames, considerando-se que o diagnóstico e tratamento precoce de Hipotireoidismo e Fenilcetonúria, evitará sequelas neurológicasgraves e retardo mental.

 
A orientação dos pais sobre resultados alterados do Teste do Pezinho, doenças diagnosticadas (Hipotireoidismo, Fenilcetonúria e Doenças Falciformes), além do aconselhamento dos pais sobre crianças portadoras de traço Falciforme (possibilidade de filhos com a doença), deve ficar a cargo doPediatra ou Enfermeiro da Unidade de Saúde.

História da Enfermagem


DESENVOLVIMENTO DA ENFERMAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA
            A enfermagem é uma profissão que surgiu empiricamente e se desenvolveu, através dos séculos, em estreita relação com a história da civilização, mas que nem sempre acompanhou o desenvolvimento no campo científico. Houve época em que a enfermagem era uma atividade regida pelo espírito de serviço e humanismo, associado a crenças e superstições, sem nenhuma fundamentação científica, ou então épocas de maiores conhecimentos e habilidades, mas deficientes pelo padrão moral dos elementos que a exerciam.
 Período Pré-Cristão
O tratamento do enfermo depende estritamente do conceito de saúde e de doença. Nesta época, os povos primitivos entendiam a doença como um castigo dado pelos deuses, ou então como causada pelos efeitos de um poder diabólico,exercido sobre os homens. O tratamento consistia em aplacar as divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios. Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente, purgativos, substâncias provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdotes adquiriram conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos.
Os documentos daquela época nos forneceram ideia do tratamento dispensado então aos doentes. Os mais antigos foram encontrados no Egito, do ano 4688 A.C- ao ano 1552 da mesma era. Alguns destes documentos relatam prescrições e fórmulas médicas seguidas de fórmulas religiosas, que o doente devia pronunciar, enquanto ingeria o medicamento. Por outro lado, quem preparava a droga, devia fazê-lo ao mesmo tempo que dizia uma oração a lsis e a Hórus, princípio de todo bem.

Período Cristão
O cristianismo, indiretamente, provocou uma transformação na organização política e social, através da reforma dos indivíduos e da família. Surgiu, nesta época, um grande espírito de humanidade, e muitos cristãos, levados a procurar uma vida mais santa e caridosa, se reuniam em pequenas comunidades, que se dedicavam à assistência dos pobres, velhos, enfermos e necessitados, em casas particulares ou hospitais, chamadas Diaconias.

Período de decadência da Enfermagem
A baixa do espírito cristão repercutiu diretamente na enfermagem, tanto na quantidade como na qualidade das pessoas que se dedicavam ao serviço dos enfermos. Os donativos e a generosidade iam cada vez mais diminuindo, os hospitais entrando em sérias dificuldades de funcionamento por falta de recursos humanos e materiais. Aos poucos, a decadência se agravava, ocasionando o fechamento de muitos hospitais. Outro fator que colaborou nessa crise dos hospitais foi a Reforma religiosa provocada por Lutero, Henrique Vlll e Calvino, que expulsou dos hospitais as religiosas que assistiam os doentes, especialmente na Inglaterra.
Os cuidados prestados aos enfermos passaram a ser dados por pessoas de baixo nível social e qualificação pessoal. Esta atividade passa a ser um trabalho árduo e de baixa remuneração; não havendo mais, ou muito pouco, o sentido cristão que regeu, por longa época, a razão de assistir os necessitados. O desenvolvimento científico da enfermagem naquela época foi muito pequeno, não conseguindo acompanhar o avanço que a medicina tinha conseguido alcançar.

Enfermagem Moderna
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplinarização e seus reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então.
A evolução crescente dos hospitais não melhorou, entretanto, suas condições de salubridade. Diz-se mesmo que foi a época em que estiveram sob piores condições, devido principalmente à predominância de doenças infecto-contagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto de instrução e experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia.

Período Florence Nightingale
            Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e erseverança - o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas idéias. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano além do grego e latim. No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas. Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris.
Aos poucos vai se preparando para a sua grande missão. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Russia: é a Guerra da Criméia. Os soldados ingleses acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas das enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. Florence é incomparável: estende sua atuação desde a organização do trabalho, até os mais simples serviços como a limpeza do chão. Aos poucos, os soldados e oficiais um a um começam a curvar-se e a enaltecer esta incomum Miss Nightingale. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida.
Pelos trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem em 1859.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteiormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos.
Nas primeiras escolas de Enfermagem o médico foi, de fato, a única pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções poderia colocar nas mãos das enfermeiras Florence morre a 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica.

Primeiras Escolas de Enfermagem
Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que enfrentar,
devido à incompreensão dos valores necessários ao desempenho da profissão, as escolas se espalharam pelo mundo, a partir da Inglaterra. Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873.
Em 1877 as primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicílio em New York. As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da Escola de Florence Nightingale, baseada em quatro idéias-chave:

1. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto
qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro público. Ter
2. As escolas de treinamento deveriam uma estreita associação com os hospitais, mas manter sua independência financeira e administrativa.
3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de pessoas não envolvidas em Enfermagem.

                        


Sistema Nightingale de Ensino
As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos essenciais estabelecidos:
1º. Direção da escola por uma enfermeira.
2º. Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional.
3º. Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral, intelectual e aptidão profissional.

História da Enfermagem no Brasil
A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira - compreende desde o período colonial até o final do século XIX e analisa a organização da Enfermagem no contexto da sociedade brasileira em formação. Desde o princípio da colonização foi incluida a abertura das Casas de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal.
No que diz respeito à saúde do nosso povo, merece destaque o Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências e catequeses; foi além: atendia aos necessitados do povo, exercendo atividades de médico e enfermeiro. Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos habitantes, clima e as doenças mais comuns.
A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expostos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil. No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes a novas realizações. Esse progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem.
Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destacam e, entre eles, merece especial menção o de Ana Neri.

Ana Neri
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Neri, enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob a presidência de Solano Lopes.
O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece seus serviços médicos em prol dos brasileiros. Ana Neri não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da Província, colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma coroa de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no Edifício do Paço Municipal.
O governo Imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. A primeira Escola de Ana Neri como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome.

Exame Físico


Para a realização de um exame físico, é necessário um ambiente calmo e com boa iluminação. A realização de aferições de sinais vitais e um exame físico completo proporcionaram uma avaliação de qualidade garantindo assim resultados fidedignos.
                                                           
Instrumental Básico: Estetoscópio, esfigmomanômetro, fita métrica, termômetro, balança antropométrica, espádula, agulhas ou monofilamentos, bolas de algodão, almotolia com álcool a 70%, garrote, lanterna, martelo de reflexos, etc.

MÉTODOS PROPEDÊUTICOS

Inspeção
É necessário que na hora da inspeção o ambiente seja propício para uma investigação através do olhar sobre sinais de alteração homeostática corpórea. Portanto inspeção trata-se de um ato de observar e inspecionar, é um método que utiliza o sentido da visão na avaliação do aspecto, cor, formato, tamanho e movimento.
Como tipos de inspeção temos a estática e a dinâmica.

Inspeção estática: Aquela realizada sem que haja presença de movimentos. Ex:
Tórax em quilha de navio

Inspeção dinâmica: Aquela realizada com a presença de um certo movimento, modificando sua localização anatômica. Ex:
                                                                 
                                       


Palpação
É a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície do corpo e órgãos internos. Avalia-se dessa maneira o tamanho, a textura, a forma, consistência, elasticidade, temperatura, posição e característica de cada órgão, resistência muscular, presença de massas e entre outros.Tipos: Superficial e profunda.

Palpação superficial:compressão minima de 2cm, tornando-se mais evidente a sensibilidade cutânea e alteração no tônus muscular.

                                                 Palpação profunda: possui um grande valor no reconhecimento das                                         
                                                 vísceras, estabelece características patológicas das mesmas.
                                                                 

Percussão:
Trata-se do golpeamento leve de uma área a ser pesquisada. Esse método é composto de algumas maneiras como: Percussão digito-digital, punho percussão, percussão com a borda de mão, percussão por piparote ou percussão direta. Todos desses métodos são com o objetivo de delimitar órgãos, detectar coleções de líquidos ou ar e perceber formações fibróticas teciduais. Podemos perceber os sons: Maciço, sub-maciço e timpânico.

Percussão digito-digital: Utiliza-se para essa técnica com os dedos plexímetros(Dedos golpeados) e um dedo plexor (Dedo que golpeia), golpeando dessa meneira algum local no corpo, esse respondendo através de sons.



Percussão direta: goleia-se diretamente com a ponta dos dedos a região alvo, devendo deixar os dedos fletidos semelhante a um martelo, os movimentos são realizados pela articulação do punho, o golpe é seco e rápido.




Punho percussão: Mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região em estudo e averígua-se a presença de uma sensação dolorosa.




                                                             Percussão com a borda de mão: Dedos estendido s e unidos, 
                                                              então golpeia-se com a borda ulnar.
                                                               



Percussão por piparote: Executa-se piparote em hemi abdome, e com a mão espalmada observa-se a o movimento de ondas liquidas dentro da cavidade abdominal, constatando assim a presença de ascite.
                                                                           




Ausculta
Refere-se na aplicação do sentido da audição para ouvir os sons ou ruídos produzidos pelos órgãos.
Classificação: Ausculta direta e Ausculta indireta.
Sons: Bulhas cardíacas, murmúrios vesiculares, ruídos hidroaéreos e ruídos adventícios.






Cateterismo Vesical


            CATETERISMO VESICAL

            Quando o processo de micção não torna-se possível, existe uma necessidade de drenagem da mesma através de cateteres, que podem ser introduzidos diretamente na bexiga urinária, ureter ou na pelve renal. O cateterismo vesical nada mais é do que uma introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via suprapúbica, com o objetivo de remoção da urina.

Esse tipo de cateterismo é muito utilizado a nível hospitalar, em uma gama de procedimentos, incluindo: Obtenção de urina asséptica para exames; esvaziamento da bexiga em pacientes com retenção urinária; preparação cirúrgica e pós-cirurgia; em pacientes com bexiganeurogência.

O cateterismo vesical pode ser denominado de duas maneira, que são de acordo com sua função e tempo de permanência:

·  Alívio: quando existe uma retirada da sonda após o procedimento;
·  Demora: quando há necessidade de estender por no Maximo 15 dias a permanência da do cateter.

     Obs: Em casos de cateterismo vesical de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para seu esvaziamento, perdendo com o tempo um pouco de sua tonicidade e levando a incapacidade de contração do músculo esfíncter uretral interno.


       INDICAÇÕES

   
                  CONTRAINDICAÇÕES
Existem algumas situações que evita-se o cateterismo uretral pelo risco de complicações, são elas:
·         Traumatismo de períneo, com ou sem fraturas de ossos pélvicos;
·         Dificuldade de passagem da sonda;
·         Processos infecciosos na região;
·         Falta de cateteres urinários apropriados;
·         História de cirurgia na uretra.

Obs: Nessas situações opta-se pela sondagem suprapúbica.

TIPOS DE CATETERES VESICAIS

As sondas variam de modelos e materiais de acordo com o tipo de sondagem escolhida, sendo que as mais utilizadas são as sondas de Foley e uretrais. As sondas de Foley são utilizadas para SVD. As sondas de duas vias possuem uma via para drenagem de diurese e outra para inflar o balonete. Nas sondas de três vias, a via restante é utilizada para irrigação da bexiga. As sondas de Foley são feitas de látex siliconizado, são descartáveis, variam de tamanho e capacidade, tendo como características serem de duas ou três vias.


Com relação ao tamanho da sonda a ser utilizada, deve-se considerar a idade do paciente. Os diâmetros existentes em um cateter urinário são 14Fr, 16Fr, 18Fr, 20Fr, 22Fr.
As sondas calibrosas são utilizadas em pós-operatório de cirurgias urológicas, em casos de irrigação da bexiga, evitando dessa maneira coágulos indesejáveis.

COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE CATETERES URINÁRIOS

Agudas: Infecções urinárias sintomáticas associadas a curta permanência do cateter, podendo incluir quadros de hipertermia, pielonefrite aguda podendo o paciente evoluir para sepse e morte.

Crônicas: urinárias sintomáticas associadas a longa permanência do cateter, incluindo obstrução do cateter, cálculos urinários, infecções periurinárias localizadas, inflamações renais crônicas e após muitos anos, câncer de bexiga.


RISCO DE INFECÇÃO
            A introdução de um cateter de permanência facilita o aporte de bactérias, levando a           infecção do trato urinário.

           TÉCNICA
           A cateterização pode ser realizada tanto na mulher como no homem, respeitando caracteristicas próprias de cada ser. A seguir é demonstrada a técnica a partir de recursos áudio visuais.










            MATERIAL NECESSÁRIO- gaze estéril; seringa de 20 ml ou 10 ml; agulha de 40x20; ampola de AD 10 ml / SF
- xylocaína ; coletor de urina estéril (sistema fechado); micropore; comadre; sonda Foley; homem: uma seringa a mais (xylocaína / água).

           PROCEDIMENTO- colocar o paciente em posição (mulher: ginecológica; homem: pernas estendidas);
- biombo e foco de luz s/n;
- lavar as mãos;
- abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido diagonal, colocando uma das pontas sob a região glútea (se paciente abitado, abrir em mesa auxiliar);
- colocar PVPI na cuba redonda, que contém as bolas de algodão;
- abrir a sonda e o resto do material sobre o campo (gaze, agulha, seringa);
- Mulher: colocar xylocaína na gaze
- pedir para um colega abrir a ampola de água;
- calçar as luvas;
- testar o Cuff da sonda (fazer o balão inflar);
- aspirar 10 ml de água destilada sem tocar na ampola;
- lubrificar 5 cm da sonda;
- homem: preparar seringa com 10 ml de 
xylocaína ;
- conectar a sonda ao coletor;
- fazer a anti-sepsia:
v mulher: duas bolas de algodão entre a vulva e os grandes lábios, duas bolas de algodão entre os pequenos lábios, uma bola de algodão no meato urinário;
v homem: afastar o prepúcio e expor a glande, fazer 
anti-sepsia  em movimentos circular ou, do meato em direção a  glande , elevar o pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, injetar 10 ml de  xylocaína  no meato;


            RETIRADA DE SONDA

Material:
- saco de lixo; luva de procedimento; seringa.

Procedimento:
- verificar a bolsa coletora (volume, cor, aspecto da urina);
- calçar luvas de procedimento;
- aspirar o soro fisiológico ou AD do CUFF (mesmo volume que foi colocado);
- retirar a sonda;
- desprezar no lixo.





Fonte: FALCÃO, L.F.R; COSTA, L,H,D; AMARAL, J,L,G. Emergencias fundamentos e práticas. São Paulo: Martinari. 2010



Toracocentese


            CONCEITO
Descrita pela primeira vez em 1852, por Bowditch, como um procedimento invasivo que permite retirar acúmulos de líquido ou ar entre a pleura visceral e pleura parietal chamado de espaço pleural. Trata-se de um procedimento seguro quando realizado por profissional competente, de grande valor diagnóstico e terapêutico.

INDICAÇÕES
Geralmente esse procedimento é indicado para inicialmente obter material para determinar a natureza de um derrame pleural, e ao mesmo tempo permitir a localização exata de uma possível drenagem. A toracocentese com finalidade diagnóstica é indicada para confirmar a presença de coleções pleurais e obter amostra de liquido pleural paras avaliação laboratorial. A quantidade de material necessário para análise é de aproximadamente 30 a 50 ml.
         Quando realizada com objetivo terapêutico, tem como indicações, o esvaziamento da cavidade pleural ou infusão de substâncias nessa cavidade para tratar infecções, realizar exames contrastados e provocar a sínfise pleural.

           LOCAL DA PUNÇÃO
             O local configura-se entre o 7º e 9º espaços intercostais, inferiormente ao ângulo inferior da escapula do hemitorax acometido.

             TÉCNICA
              Após demarcado o local da punção e o posicionamento correto do paciente, a pele é rigorosamente limpa com solução antisséptica e posicionado um campo estéril. É administrada anestesia local com lidocaína. Posicionar a agulha em direção a borda superior da costela inferior, evitando dessa maneira acidentes com o feixe vasculonervoso. Localizado o espaço pleural é identificado a presença de líquido, deve-se retirar a agulha e introduzir o jelco. Após introduzido o jelco, o mandril deve ser removido e mantido no espaço pleural somente o cateter de plástico, por fim deve-se conectar uma seringa de 20ml de material para análise. É prudente não remover mais de 1.500ml de liquido por procedimento, pelo aumento da probabilidade de complicações.
           



Após o procedimento realizar radiografia simples de tórax para controle e documentar as condições pos-toracocentese.

            COLETA DE LIQUIDO PLEURAL
A seringa utilizada para tal procedimento deve ser heparinizada. Para uma seringa de 20ml  utiliza-se um volume de 0,5ml, para evitar coagulação do liquido pleural. A amostra deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório. Quando não for possível, sugere-se manter a amostra refrigerada (4 a 8ºC) ate o envio ao laboratório.


            COMPLICAÇÕES
A complicação mais freqüente é o pneumotórax. Estudos prospectivos demonstram uma incidência entre 3% a 19% de pneumotórax pós-toracocentese. A tosse também configura-se como outra complicação, ocorrendo no final da toracocentese, pela distensão subta dos espaços aéreos. A ocorrência dessa complicação pode ser reduzida evitando a retirada de mais de 1.500ml de conteúdo intra-pleurático.
Quando drenados grandes volumes  ( acima de 1.500ml), há chance de ocorrer edema pulmonar unilateral, pela reexpansão pulmonar e desenvolvimento de uma pressão mais negativa.


Fonte: FALCÃO, L.F.R; COSTA, L,H,D; AMARAL, J,L,G. Emergencias fundamentos e práticas. São Paulo: Martinari. 2010